domingo, 14 de novembro de 2010

Seguindo a Canção

Se eu pudesse trapacear,
tudo seria mais fácil
Mas me colocaram em um jogo
E nunca explicaram as regras
E nisso eu faço papel de bobo
pintando saltos e passos de dança
Num véu de vazio e trevas

Se houvesse uma estrada
e eu a tivesse de atravessar,
tudo faria mais sentido.
Eu pintaria uma faixa de segurança
num asfalto colorido
com cores quentes e frias
Uma estrada entre campos floridos
com flores e grama macia

E um dia eu percebo
Que já estou do lado certo
Indo rumo ao mistério
Eu tenho alguém por perto
E assim, andando de mãos dadas
O aqui parece boa idéia.
Seguimos chutando as pedrinhas
pela longa beira da estrada

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Toque, o Tato, as Gotas de Chuva Humana

Desfizeram a paisagem
De tanta foto do mesmo lugar
E nem a onda é novidade
Pra quem nunca viu o mar

Nosso presente corre de lado
Como gotas de chuva humana
Voa idéia, voa recado
Voa imagem transmitida
Mas para o tato não há saída

Asas de aço, obras de deus
Ainda vão achar a cura
Pra distância, para o toque
No metal que a mão segura

Mas o poema será lenda
E um gráfico expressará o amor
E uma estátua de ferro e cimento
O homem vai chamar de flor

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Véu

Vim e vou,
Fui e sou:
Divisão ou proteção
Pálpebra para a retina,
Salvadora e velha cortina,
estendida em frente ao palco
Pintura na parede sem cor,
Eu refugio a cada ator
Salvação e maldição
Vim e vou,
Fim eu sou.