terça-feira, 4 de junho de 2019

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Raaawr gnarrrr

Breve histórico sobre a peça que segue:

[10:59:08] Henrique Jacob Rech: "Dancing in the sand"
[10:59:27] Henrique Jacob Rech: Imaginei uma moça dançando nas dunas.
[11:00:06] Elias P. Medeiros: Li a palavra "dunas" e associei a "nuas".
[11:02:11] Elias P. Medeiros: Fiz um poema sobre isso

As dunas estavam todas nuas
E as dançarinas, sobre elas
Carnes cruas
Comeria todas, satisfazendo os pré-molares
E meu último dente incisivo
Que sobreviveu às crenças escolares
De que salada é melhor
Ovo frito é melhor
E que comer gente se faz com o pinto
E não com mandíbulas ensanguentadas pingando o desgosto que o mundo prega sobre mim
Sou só um pobre rapaz latino-canibal
Não sou Jesus
Não sou o tal

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Pupilas

Que mal há
em não enxergar?
Que Mauá
faz esquiná
com teu coração,
ó João,
eu já sabia desde tresontonte
Mas eu ler essas letrinhas
sem compreender bulhufas
não é culpa das pupilas
nem de qualquer coisa outra
senão da cabeça de vento Anísio
Meira, mediano e ameno
Que falta faz a simpatia,
um raciocíneo
 e se pega nas vista
e um par de zóio pequeno

terça-feira, 4 de março de 2014

Desdouto

O poema: não compreendi
a lembrança: dela esqueci.

Caduqueei, me atrasei
chequei encharcado
nas leituras que: nem sei
deixei de lado
por não querer aprender
por não me ver, afinal, diplomado

não que eu sentisse algum desprezo
por aquele doutor - e seu conhecimento escorrendo, insuportavelmente preso,
por debaixo do chapeu - que facilmente rimaria com o ... -
firmamento, se eu me dispusesse à tais facilidades
para as quais já não vejo necessidade(s)

Mas o poema, que havia dele para compreensão?
Ora, que tola falha minha!
a lembrança, agora lembrí!
bastaria traduzir, palavra por palavra:
onde tiver "sim", leia-se pão!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Eis

Começou sem perceber
e passou despercebido;
Floriu no escuro
onde foi encontrado;
Achou-se perdido,
primeira metade de um par
Contou a si
sobre um momento infinito
quando, de uma tarde insípida,
sartou esperneante
falando de si, somente

De súbito: um poema
Mas não era eu o poeta

sexta-feira, 29 de março de 2013

Acústico

Me toca o disco
De trás
me traz
 pra frente

Na de ponta-da-cabeça
Na melodiosa perna dormente

Disperso pesopesado
Alevia-me um fardo
E nadamais importa

Me entoco com o disco nofone
Disfa[r]ço cenário-paisagem
Árvre-nuv-e-céu
Sem verbo nem eira nem beira
E nada mais mimporta

Dispeço de um som pesado
Disfa[r]ço rabisco ideado
In nada mais importa

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Clausura Vítrea

Eu queria uma brisa
pra levar-me lá pra fora
uma suave lufada
numa hora inesperada
a me trazer um bem estar
a me buscar neste lugar
e me atirar impiedosamente na garoa da rua
refrescando o fervor da minha cara nua
mas...
com essa janela fechada não vai rolar