domingo, 21 de março de 2010

Depois

Agora que não há mais opção,
já que foi feito máquina
o que era coração,
pra fazer o mundo girar é preciso apelar
pro fogo, pra fagulha, pra fortuna

E por a idéia estar presa a uma só cor,
agora já não posso montar um beija-flor.
A leveza da certeza se foi por rancor,
O peso da consciência pesa mais que meu amor;

Eu podia subir numa árvore de estrelas
e me ver cair, de trás pra frente.
Sendo leve como suas folhas,
eu podia ver o que a gente sente.
E sentir.

sábado, 6 de março de 2010

Canto

Eu sento no chão, não preciso cadeira
Canto, de canto, a terra inteira
As flores, o fauno, o falso e o falante
São idéias na mente, livros na estante

E a dúvida do dono, do doente
É a certeza do cego, o que sente:
"Pra onde vai, quem não cai
quem não sai de cima de si?"
Eu caí!