domingo, 6 de dezembro de 2009

Modos estranhos

Hoje são os pés que se moldam aos sapatos
E as pessoas desmentidas por seus atos

E não importa qual é o cheiro das flores da estrada
Pois eu ando no meu carro com a janela fechada.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mostra uma Flor

Me mostra, homem,
me mostra uma flor.
Tu que é esperto,
que faz, que constrói
que vive do certo,
que escreve e destrói,
me mostra, homem,
de tua mão, uma rosa.
Faz ela bela,
faz ela cheirosa
me mostra, homem,
mestre artesão,
senhor do saber,
faz, com a tua mão,
ao menos uma vez,
o que tua mãe,
em mundos inteiros, fez.

Fábricas, oficinas
Brinquedos de aço,
máquinas assassinas.
Fácil é construir a morte,
A cabeça do homem cai,
O dentro dela não é forte.

Orgulhoso que é, esse homem,
senhor do falatório,
diante dessa proposta,
entra no laboratório,
vai fazer o que mais gosta,
tentar se mostrar poderoso,
construir e lapidar
um projeto grandioso.
Até quando terminar,
se sentindo orgulhoso,
se apontará como criador,
terá feito sua própria rosa,
perfumada, sem vida, sem amor.

Me mostrará, homem,
a flor que tu criou...
as dúvidas agora somem,
veremos a quem enganou.

E no fim, lá no cantinho
Medroso que é, eu já sei,
tu vai esquecer do espinho.