domingo, 6 de dezembro de 2009

Modos estranhos

Hoje são os pés que se moldam aos sapatos
E as pessoas desmentidas por seus atos

E não importa qual é o cheiro das flores da estrada
Pois eu ando no meu carro com a janela fechada.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mostra uma Flor

Me mostra, homem,
me mostra uma flor.
Tu que é esperto,
que faz, que constrói
que vive do certo,
que escreve e destrói,
me mostra, homem,
de tua mão, uma rosa.
Faz ela bela,
faz ela cheirosa
me mostra, homem,
mestre artesão,
senhor do saber,
faz, com a tua mão,
ao menos uma vez,
o que tua mãe,
em mundos inteiros, fez.

Fábricas, oficinas
Brinquedos de aço,
máquinas assassinas.
Fácil é construir a morte,
A cabeça do homem cai,
O dentro dela não é forte.

Orgulhoso que é, esse homem,
senhor do falatório,
diante dessa proposta,
entra no laboratório,
vai fazer o que mais gosta,
tentar se mostrar poderoso,
construir e lapidar
um projeto grandioso.
Até quando terminar,
se sentindo orgulhoso,
se apontará como criador,
terá feito sua própria rosa,
perfumada, sem vida, sem amor.

Me mostrará, homem,
a flor que tu criou...
as dúvidas agora somem,
veremos a quem enganou.

E no fim, lá no cantinho
Medroso que é, eu já sei,
tu vai esquecer do espinho.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Então

E então foi aqui que me revi
Voava, delirava e acordei.
Tudo era escuro ao meu redor
Invisível aos olhos que ceguei;

Dia claro e luz nenhuma,
Meu braço inerte, leve pluma,
A mente lá longe, página rasgada,
Folheia a si mesma, história inventada;

Que doce agressão é a morte,
Como a vingança de um trago forte,
Ida por passagem de eterna mudança,
A um lugar de nenhuma lembrança.

domingo, 29 de novembro de 2009

Caia

Inverter os lados,
quebrar cadeados,
saltar sobre o salva-vida,
há um caminho, uma saída.

Encontra a ti, do lado de fora,
Anda logo, uma hora vai embora.
A saída fica pra dentro de nós...
Só somos nós estando sós.

sábado, 28 de novembro de 2009

E o que?

Esperando uma chegada,
Um momento de alegria,
A hora chega e vem nada.

E que tu espera, pessoa só?
Parada ficarás perdida,
Teu sorriso se enche de pó;
A esperança foi esquecida.

A partida

Beba um gole desta nave, e não estamos sós!
Ainda é cedo pra fugirmos, pra dentro de nós!
De mãos dadas, com um sonho em comum,
Partir pro mundo inteiro, de lugar nenhum...

Há quem diga que o sorriso é uma arma,
Que o guitarrista é um agente do karma,
No fim, então, perceberemos:
Uns aos outros é tudo que temos.